Lendas
Lenda da Casa Monte de Abades
À semelhança do que acontece com as regiões vizinhas, a própria casa de Monte Abades possui a sua própria lenda, relacionada com a fonte existente numa das paredes da casa e cuja saída fica junto ao chão, virada para o largo em frente à casa.
Contam os aldeão que quando a água corre, anunciam-se dias de sol, e quando seca, aproximam-se dias de chuva.
Histórias e contos da Aldeia
É um dos segredos mais bem guardados pelos habitantes da freguesia e por isso mesmo, ninguém fala nem ninguém sabe, nem ninguém quer saber. "Quanto menos se referir esse nome, melhor! Mais em paz ficamos!", refere Manuel da Silva Dias, um dos nossos guias pelo novo trilho. Esse nome é "mafarrico" também conhecido por demónio ou diabo. É à volta dele que se construiu uma lenda que os mais antigos ainda hoje se benzem antes de a contar "não vá o Diabo tecê-las!". A "Lenda Do Mafarrico" situa-se na zona de Rebordochão, onde existem umas alminhas que, ao contrário de todas as outras espalhadas pelo resto da freguesia, têm uma particularidade: a cruz de pedra que lhe pertence não está em cima do oratório mas ao lado. "Os populares já tentaram por diversas colocar a cruz no sítio dela, mas no dia seguinte aparece sempre no local onde foi retirada", obra atribuída ao demo até porque "é impossível uma pessoa sozinha conseguir deslocar a pedra". Estas alminhas tornam-se assim um dos ex-libris da freguesia, mesmo havendo muitos visitantes e turistas que não conhecendo a lenda, continuam a rezar e a colocar velas. "Já passou o tempo que vinham para aqui aquelas senhoras fazer macumbas!", diz Manuel Dias revelando que "a união da freguesia e alguns dias de vigília intensa espantaram essa gente que não vinha aqui para a devoção mas para fazer mal aos outros!"
Fonte jornal de noticias de 30-12-08
Lenda do "Castro mão"
Um ponto de visita obrigatória nesta zona de Campos Abades é o Castro ou Crasto, um caos de enormes blocos graníticos boleados, que se sobrepõem no seu topo de forma incrível, formando abrigos e lapas naturais, a 992 metros de altitude. O “Castro mao” foi escolhido para limite do couto do mosteiro de Santa Maria do Bouro. Era visto pelas populações vizinhas como um local estranho e misterioso relacionado com uma ocupação longínqua, originando lendas em volta de sua inacessibilidade.Consta que um frade fugiu do mosteiro e aqui se refugiou durante muito tempo, tendo construído pias para retenção de água e construído “alminhas” para fazer as suas orações. É o refúgio normal de lobos, que fogem do labirinto com a aproximação de seres humanos ou ao ouvirem ruídos.
Lenda do Monte do Castelo de Bouro
O Monte do Castelo de Bouro encontra-se a 890 metros de altitude, este é o local onde certamente foi edificado na Idade Média, no período dos Visigodos, o Castelo de Bouro, cujos vestígios encontrados se referem a uma fortificação de um castelo roqueiro, isto é, base em pedra e a parte superior em madeira, característico dos primórdios da nacionalidade, edificado no século XII durante as primeiras iniciativas de D. Afonso Henriques para afirmar a independência do Reino de Portugal. Referem as Inquirições de 1220 e de 1258 os elevados custos de manutenção e as pesadas obrigações deste Castelo do Bouro.